No último final de semana Novo Aripuanã mostrou sua arte. O FestLendas 2010, esse festival acontece todos os anos no centro cultural da cidade. São três noites de muita emoção, na primeira noite a atração ficou por conta do festival das quadrilhas: Quadrilha Epalha Brasa que neste ano foi a terceira colocada, Quandrilha Teatral, que foi a segunda colocada e a Quadrilha da 14 que sagrou-se Bi-Campeã do festival deste ano.
A segunda noite de festival aconteceu o Festival de Cirandas: a primeira ciranda a se apresentar foi a Ciranda Jovens unidos. Ficou em segundo Lugar.
A segundda ciranda a se apresentar foi a Ciranda do Amor. Terceira colocada.
A última a se apresentar foi, com mérito, a grande Campeã do festival de cirandas de 2010. Ciranda Raça Aripuanense:
Parabens! Ciranda Raça Aripuanense!
Na terceira noite, a mais esperada, aconteceu a apresentação das lendas, a primeira a se apresentar foi a lenda do Jurupari, seguida pela Tucumã e a última foi a Lenda do Apurinã.
A Lenda do Apurinã, terceira colocada do festival, com o tema: Mitos Novo Aripuanenses e com o histórico Lenda do Apurinã, o guereiro mura: Contam que a muitas luas passadas, diziam os nossos antigos, que aqui viviam filhos e netos, combatentes guerreiros de Apurinã.
A história começa no Alto amazonas, em território distintos e diferentes, moravam lá duas tribos conhecidas por: Tribo das Amazonas e Tribo dos Kiowas. A Tribo das amazonas era uma raça típica de mulheres lendárias e bravas guerreiras, que não permitiam a co nvivência com outras espécies do sexo oposto, a não ser na época do acasalamento que celebravam apenas como forma de procriação, para assim aumentar e proliferar seu grupo, somente as Índias permaneciam na tribo enquanto os nascidos índios eram sacrificados. Damã, filha primogênita da cacique da aldeia, preparada dentro dos costumes para preservar e respeitar as culturas e tradições de sua nação, a qual teria recebido benção de sua mãe para representá-la e substituí-la como chefe da aldeia. Na Tribo dos Kiowas, índios e índias, pacíficos donos da mata. Rios, caças e peixes, suas culturas ancestrais perpetuam-se, nas danças e crenças, nos mitos, na apresentação dos arcos e flechas, com um riscado roxo espalhados no corpo, com enfeites de penas coloridas. Em seus rituais clamavam por seu deuses para proteger e prosperar sua nação. Onde Apurinã, filho do cacique e erdeiro da casta sagrada destacava-se por sua coragem, bravura, astúcia e liderança.
Num certo dia, o guerreiro Apurinã, nas suas caçadas rotineiras, sem se dar conta adentra o território das Amazonas, deparando-se com uma bela cunhã por nome de Damã, no meio da mata, que por encanto num relance de olhar surge uma grande paixão, "um amor proibido", pelos custumes das amazonas. A guerreira profana seus costum e se entrega ao amor. A mando da cacique, Damã era vigiada pela indiazinha Uratê, como forma de prepará-la para preservar e perpetuar os costumes e tradições de sua tribo. Uratê, ao saber do romance de Apurinã com Damã não guarda segredo e conta à cacique o ocorrido. Os dois amantes vencidos pela força da paixão foge para o território Kiowas, longe da ira das Guerreiras Amazonas, sabendo a cacique do fato, reúne suas guerreiras e partem para o território Kiowas no intuito de resgatar sua filha e matar Apurinã.
O cacique da tribo dos Kiowas, sabendo da vinda das guerreiras amazonas, chama seu filho Apurinã e pede para que ele fuja para o Baixo amazonas na região baixa do Rio Madeira, próximo de um rio de águas claras com lindas palmeiras, farto de alimento para sua sobrevivência e prosperidade de sua descendência, mas que tomasse muito cuidado com uma bela mulher, a "Iara Mãe D´água", que com o poder de seu canto, seduz e encanta os homens levando-os para o fundo dos rios. cede então a apurinã algunas guerreiros para sua proteção, enquanto tentaria combater a fúria das Guerreiras Amazonas, e diante das várias e longas batalhas são vencidas pela bravura das índias guerreiras, que seguem sua busca.
Apurinã já instalado nas redondesas de nosso torrão, numa de suas pescarias costumeiras, acompanhado de dois guerreiros, encontra-se com a linda mulher de quem seu pai havia dito, foi então que curiosos e destemidos, tentando desvendar seus mistérios, são seduzidos pela beleza e sinfonia de seu canto estando os três guerreiros hipnotizados mergulham nas profundezas das águas, encantando-se por Iara a Mãe D´água.
Pajé, o imponente feiticeiro, incubido pelo pai de Apurinã de proteger seus guerreiros, e sendo capaz de conversar com os espíritos, toma conhecimento de que as Amazonas venceram a batalha contra os Kiowas e continuam a sua busca de vingança contra o "amor proibido" e sabendo do encanto de apurinã pela Iara seus guerreiros resolvem fazer um ritual para desencantá-los das profundezas do rio para liderar no combate às Amazonas em defeza de seu território, porem o pajé só consegue desencatar um guerreiro que vem em forma de jacaré, e é transformado, novamente, em humano. Somente Apurinã não consegue ser desencantado, pois tinha se tornado o preferido da Iara. Mesmo assim ele encontra uma maneira de ajuda seu povo e vem na forma de uma grande cobra, ele continua sendo o guardião eterno desse território, morando em um de seus furos, denominado Laguinho, atualmente sua vasta obra são fontes de alimentos e de grandes riquezas animais, vejetais e mineral para sustento desse povo até os dias de hoje.
Damã, por sina e destino torna-se chefe de uma nação de entrelaços culturais, entre dois povos que passou a chamar através dos tempos de Apurinã, que significa rios de águas claras, de muitas palmeiras e várias belezas.
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