TEXTO
PARA REFLEXÃO
É
MOSER OU LIRA. FAÇAM SUAS ESCOLHAS
Todo
o mundo da esquerda indignada com Lula por ter trocado Ana Moser por um
bolsominion. Não deveria. Não estão em pauta as virtudes de uma e a
excrescência de outro.
A questão é mais profunda. Infelizmente, Lula está refém de Lira e
do centrão. Tem de entregar alguns anéis para não perder os dedos.
É o toma-lá-dá-cá clássico da política democrática tradicional. Um
balcão de negócio, não sejamos ingênuos. É assim que funciona, gostemos ou não.
No popular, não há virg3m no bord3l.
Em ditadura, fascista ou comunista, o ditador escolhe seus
ministros e ninguém dá um pio. Mas, vivemos numa democracia, frágil e corrupta,
mas democracia, no sentido burguês.
Se tivéssemos maioria no Congresso, todos os ministros seriam de
esquerda, claro. Mas, graças às nossas massas ignaras e retrógradas, a esquerda
é minoria: são apenas 140 deputados e 15 senadores governistas contra 373 de
oposição na Câmara e 66 no Senado.
Política, é, principalmente, matemática, maioria contra minoria,
não se iludam.
E “eles” tem maioria: são bolsominions, centrão, bancada da bala,
ruralistas, neopentecostais, militaristas, lobistas e que tais.
Um dos piores Congressos da nossa história, se não for redundância.
Dilma não aceitou as chantagens do centrão de Eduardo Cunha e
caiu. Não soube ceder. Não tinha maioria. Foi deposta. Se Lira quiser, com sua
maioria, aprova um impeachment e derruba Lula.
Política é a arte de negociar com antagônicos e até com os
companheiros, os do “fogo amigo”, mas perigosos ainda, os sectários, inflexíveis,
os “donos da verdade absoluta”. Política é para quem tem estômago forte e
coração frio, não é para nós, simples mortais. Lula teve de ceder sim, e fez
muito bem.
Sinto por Ana Moser, mas, é ela, ou ele, é ela, ou a
governabilidade em risco total.
Lembrando que Lula preservou os ministérios mais fortes e
estratégicos, que a sanha de Lira queria: Saúde, Educação, Fazenda,
Planejamento, Integração Nacional (Bolsa família), Meio Ambiente, Defesa e
Justiça.
Se abrir mão de um desses, acabou.
E ele não vai abrir, porque não é bobo.
Lula é o maior estadista da história desse país e, até, da
história mundial. Ele sabe o que faz. Não entrega um ministério à toa. Está com
a faca no pescoço e tem de ceder para continuar a governar, para votar as
pautas de políticas públicas essenciais para o desenvolvimento do país, para a
inclusão social, para combater preconceitos e privilégios, para dar dignidade
até àqueles que votaram contra, que cuspiram no prato do Bolsa Família.
Lembre-se: 58 milhões de brasileiros e brasileiras (49%) votaram
na extrema direita. E continuam vivos, à espreita.
Em sete meses, Lula já retomou todos os programas sociais de suas
últimas gestões. Está, junto com o brilhante Dino, colocando golpistas,
inclusive militares, e em breve, a familícia, na cadeia.
Está fazendo crescer a economia. Combatendo a fome e a miséria. Retomando
o prestígio internacional. Investindo na Saúde, na Educação, na preservação da
Amazônia e dos nossos povos originários.
Acabou de ser inocentado, de vez, pelo STF, que foi seu algoz. Lula
não é infalível, mas é um gigante. Antes de criticá-lo, precisamos analisar a
conjuntura com frieza, razão e serenidade. Ele nos livrou de mais quatro (ou
infinitos) anos de terror, de trevas, de corrupção, de medo, de desespero.
Seu crédito é imenso, imensurável, impagável. Obrigado, mil vezes,
Lula, por nos tirar das trevas e nos trazer para o novo iluminismo, para a
esperança de um país mais rico, amoroso e fraterno.
Quando fiz o L, dei a Lula e aos meus deputados e deputadas, carta
branca. Assinei embaixo e ratifico. Viva Lula.
Fascismo nunca mais!
Texto: Sérgio Aspahan,
jornalista.
Façamos nossa
reflexão
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