Em tempos não muito longínquos, em plena selva amazônica, existiam os índios araras e cinta-largas, os quais viviam separados geograficamente e também com muitas diferenças tribais. Tudo começou quando em sonho um indiozinho cinta-larga teve uma visão, o qual vislumbrava uma grande civilização. nesse sonho o indiozinho cinta-larga recebeu ordem de mudar-se para uma terra rica e muito bonita, que ficava na boca de um rio. O indiozinho imediatamente comunicou o pajé da tribo, o qual prontamente interpretando o sonho reuniu a tribo e fizeram a dança de despedida. Raios e trovões vinham do céu. Chegando nas terras indicadas, no sonho, encontraram os índios araras fixadas na terra. Em pouco tempo destacou-se a diferença entre as tribos e começaram a confrontar-se com arcos, flechas e tacapes. As tribos descobriram que nas terras havia muito ouro e pedras preciosas. Tupã não estava gostando nada daquelas brigas e ambições das duas tribos. O chefe dos araras, IARÉ, homem forte e corajoso propões ao chefe dos Cinta-Largas, ARUÃN, homem de coragem e destemido, para que as duas tribos fizessem um pacto para acabar com aquela guerra. IARÉ, chefe dos araras, disse: "Quem achar primeiro as pedras preciosas, será o dono das terras". Após selarem o acordo, as duas tribos começaram imediateamente a busca pelo tesouro. Ao caminharem certo tempo as duas nações indígenas, encontraram um igarapé de águas azuis. tiveram a mesma idéia. Deve ser ali o local das pedras preciosas. Quando se preparavam para mergulhar, eis que surge uma bela moça, cabelos longos, singela e meiga, vestida de tanga, seios de fora, com arco e flechas nas mãos.
Os índios completamente surpresos, perguntam: "Quem é você". Ela responde docemente. "meu nome é ARANÃ, vim a mando de tupã, para trazer-lhes uma mensagem". Quando ouviram ela dizer que tinha sido enviada por tupã, ajoelharam-se imediatamente.
ARANÃ continuou de pé sobre uma pisando sobre um a pedra que um homem só não conseguiria levantar. Ela, então, chama: "Venham guerreiros". Eles perguntaram: "De que tribo é". Ao que ela respondeu: "O nome da minha tribo está em baixo desta pedra. Só os deixarei ver se pararem com a guerra entre vocês. Se prometerem que irão parar. Farei de vocês uma só tribo". Os dois guerreiros IARÉ e ARUÃN sairam e conversaram com os demais índios das tribos. Quase todos aceitaram a proposta. ARANÃ chama os dois e diz: "Venham e levantem esta pedra". IARÉ e ARUÃN levantam a pedra e lá estava um caroço de tucumã. "Quebrem", ordenou ela. Ao partir o tucumã ao meio, aparece a palavra ARIPPUANÃ. ARANÃ fala aos guerreiros: " A partir de hoje vocês serçao uma só tribo, uma só nação. Povoarão esta terra sem brigas ou confusões. Seus filhos n ascerão fortes e sadios.
Como nem todos os índios aceitaram a união alguns fugiram e embrenharam-se na mata. Os filhos da tribo ARIPÚANÃ viveram alegres e felizes. O indiozinho que teve o sonho, tornou-se o primeiro PAJÉ da tribo ARIPUANÃ.
Por Sávio Colares
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